quinta-feira, 29 de maio de 2008

DESTAQUES DO GOVERNO

Saúde do Idoso
Política que objetiva, no âmbito do SUS, garantir atenção integral à Saúde da população idosa, enfatizando o envelhecimento saudável e ativo e fortalecendo o protagonismo das pessoas idosas no Brasil (Portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006). São diretrizes importantes para a atenção integral à saúde do idoso: 1) promoção do envelhecimento ativo e saudável; 2) manutenção e reabilitação da capacidade funcional; 3) apoio ao desenvolvimento de cuidados informais. O envelhecimento ativo e saudável compreende ações que promovem modos de viver favoráveis à saúde e à qualidade de vida, orientados pelo desenvolvimento de hábitos como: alimentação adequada e balanceada, prática regular de exercícios físicos, convivência social estimulante, busca de atividades prazerosas e/ou que atenuem o estresse, redução dos danos decorrentes do consumo de álcool e tabaco e diminuição significativa da auto-medicação. Promover o envelhecimento ativo e saudável significa, entre outros fatores, valorizar a autonomia e preservar a independência física e psíquica da população idosa, prevenindo a perda de capacidade funcional ou reduzindo os efeitos negativos de eventos que a ocasionem. Além disso, garantir acesso a instrumentos diagnósticos adequados, a medicação e a reabilitação funcional. É importante qualificar os serviços de Saúde para trabalhar com aspectos específicos da saúde da pessoa idosa (como a identificação de situações de vulnerabilidade social, a realização de diagnóstico precoce de processos demenciais, a avaliação da capacidade funcional etc). O sistema formal de atenção à saúde precisa atuar intersetorialmente e, também, como parceiro da rede de suporte social da pessoa idosa (sistema de apoio informal), auxiliando na otimização do suporte familiar e comunitário e fortalecendo a formação de vínculos de co-responsabilidade. Cabe, portanto, à gestão municipal da saúde desenvolver ações que objetivem a construção de uma atenção integral à saúde dos idosos em seu território. No âmbito municipal, é fundamental organizar as equipes de Saúde da Família e a atenção básica, incluindo a população idosa em suas ações (por exemplo: atividades de grupo, promoção da saúde, hipertensão arterial e diabetes mellitus, sexualidade, DST/aids). Seus profissionais devem estar sensibilizados e capacitados a identificar e atender às necessidades de Saúde dessa população.

INFLUENZA

InfluenzaVigilância da Influenza no BrasilInfluenza ou Gripe não é doença de notificação compulsória, mas a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), iniciou no ano 2000 a implantação da Vigilância da Influenza no Brasil. Utiliza-se um sistema baseado em unidades sentinela (unidades básicas de saúde e pronto-atendimentos).Nessas unidades sentinela se faz:- o monitoramento dos atendimentos por síndrome gripal e - coleta de secreção de nasofaringe de pacientes para identificação dos principais vírus responsáveis por infecções agudas do sistema respiratório na comunidadeA vacinação contra influenza é oferecida para:- população de 60 anos e mais: nas campanhas de vacinação anuais (geralmente em abril de cada ano) e - para outras populações de risco (imunocomprometidos, portadores de doenças crônicas, como renais, cardiopatas, pneumopatas, etc): nos Centros de Imunobiológicos Especiais - além dos indígenas e profissionais de saúde que trabalham com os grupos acima.

NOTÍCIAS DA ANVISA

Brasília, 23 de junho de 2004 - 16h20Consulta Pública analisa funcionamento de instituições para idosos
Em 14 de abril foi publicada a Consulta Pública nº 26/04 (PDF) que define o funcionamento de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) e Instituições Residenciais sob Sistema Participativo (casa lar). Em virtude do grande número de solicitações, a Consulta foi republicada por meio da Consulta Pública nº 41, de 18 de junho de 2004 (PDF), que fica em vigor até o dia 21 de julho de 2004.
O objetivo é garantir à população idosa moradia com qualidade, serviços e direitos assegurados na Lei 8.842/94 (site da Presidência da República) e também previstos no Estatuto do Idoso. O regulamento tem como proposta a prevenção e redução de riscos sanitários à saúde, aos quais ficam expostos os idosos usuários dessas instituições. Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os idosos representam um grupo populacional que chega a 15 milhões de pessoas no Brasil (8,6% da população), e que pode vir a dobrar em 2025.
Os interessados poderão enviar críticas e sugestões fundamentadas para o endereço abaixo, por fax, ou ainda por e-mail:
Agência Nacional de Vigilância SanitáriaGerência Geral de Tecnologia em Serviço de Saúde SEPN 515, Bloco “B” Ed. Ômega, 4º andar, Asa NorteBrasília, DF, CEP 70.770.502

O IDOSO INSTITUCIONALIZADO

O IDOSO INSTITUCIONALIZADO
Sejam por não terem parentes, pela distância ou por serem rejeitados por seus familiares, muitos idosos desenvolvem laços de afeto e convivência com vizinhos, amigos e empregados. Há ainda os casos em que os idosos adquirem novas famílias em serviços institucionalizados, convivendo com pessoas inicialmente estranhas, mas que inúmeras vezes se mostram verdadeiros entes queridos.
De acordo com Rodrigues (2000), do ponto de vista do relacionamento social, a população idosa sofre um processo crescente de isolamento social, na medida em que se desliga do trabalho, reduzido pela emancipação dos filhos, sendo muitas vezes obrigada a sair do seu convívio familiar e social para viver em instituições assistenciais de atendimento exclusivo ao idoso.
QUALIDADE DE VIDA
Após a Segunda Guerra Mundial o tema Qualidade de Vida foi ampliado, significando melhoria do padrão de vida, com desenvolvimento sócio-econômico e humano. A QV tem sido preocupação constante do ser humano, desde o início de sua existência e, atualmente, constitui um compromisso pessoal a busca contínua de uma vida saudável, desenvolvida à luz de um bem-estar indissociável das condições do modo de viver, como: saúde, moradia, educação, lazer, transporte, liberdade, trabalho, auto-estima, entre outras.
Não há consenso sobre seu significado, existindo várias correntes de pensamentos e várias tendências de pesquisa. No decorrer do tempo as avaliações da QV também sofreram mudanças, considerando-se parâmetros subjetivos. O conceito de QV está submetido a múltiplos pontos de vista, variando entre épocas, países, culturas, classes sociais, indivíduos e inclusive, para um mesmo indivíduo, conforme o decorrer do tempo, seu estado de espírito ou humor (PASCHOAL, 2000).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) refere a QV como sendo a “percepção individual de sua posição na vida, de acordo com o contexto cultural e sistema de valor com os quais convive e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (WHQOL, 1995).
A QV pode se basear em três princípios fundamentais: capacidade funcional, nível sócio-econômico e satisfação. Na realidade, o conceito de QV varia de acordo com a visão de cada indivíduo. Para alguns, ela é considerada como unidimensional, enquanto, para outros, é conceituada como multidimensional.
Os problemas do envelhecimento estão diretamente associados a condições e a qualidade de vida dos indivíduos. Avaliar a qualidade de vida do idoso implica a adoção de múltiplos critérios de natureza biológica, psicológica e socioestrutural, pois vários elementos são apontados como determinantes ou indicadores de bem-estar na velhice: longevidade, saúde biológica, saúde mental, satisfação, controle cognitivo, competência social, produtividade, atividade, eficácia cognitiva, status social, renda, continuidade de papéis familiares, ocupacionais e continuidade de relações informais com amigos (NERI, 1993).
Tal avaliação reveste-se de grande importância científica e social por permitir a implementação de alternativas válidas de intervenção, tanto em programas geronto-geriátricos, quanto em políticas sociais gerais, no intuito de promover o bem-estar das pessoas maduras, particularmente, no nosso contexto, onde os atuais idosos são aqueles que conseguiram sobreviver às condições adversas (VERAS, 1994).
Medir QV é bastante complexo pelo fato de não encontrar definição consensual sobre o que ela realmente significa. Por isso o pesquisador deverá definir o que está considerando como QV em seu estudo ou estabelecer em qual definição esse conceito se operacionaliza em seu trabalho de investigação.
Atualmente existem duas formas de mensurar QV, através de instrumentos genéricos e instrumentos específicos. Como os dois instrumentos fornecem informações diferentes, eles podem ser empregados concomitantemente.
Os genéricos abordam o perfil de saúde, procurando englobar todos os aspectos importantes relacionados à saúde e refletem o impacto de uma doença sobre o indivíduo. Podem ser usados para estudar indivíduos da população geral ou de grupos específicos, como portadores de doenças crônicas. Assim, permitem comparar a QV de indivíduos sadios com doentes ou de portadores da mesma doença, vivendo em diferentes contextos sociais e culturais. Como desvantagem não são sensíveis na detecção de aspectos particulares e específicos da QV de uma determinada doença (HORNQUIST, 1990).
Os instrumentos específicos têm como vantagem a capacidade de detectar particularidades da QV em determinadas situações. Eles avaliam de maneira individual e específica, determinados aspectos de QV como, as funções: física, sexual, o sono, a fadiga, etc. Têm como desvantagem a dificuldade de compreensão do fenômeno e dificuldade de validar as características psicométricas do instrumento (HORNQUIST, 1990).
DEPRESSÃO EM IDOSOS
A depressão é uma doença que acomete indivíduos de todas as faixas etárias, de diferentes classes sociais e níveis econômicos. A diferença entre a depressão em idosos e depressão em jovens talvez seja o fato de que os idosos têm menos apóio e motivação para se recuperar da doença.
A OMS calcula que 450 milhões das pessoas que procuram serviços de saúde tenham problemas mentais e psicossociais não corretamente diagnosticados e tratados. Apesar de não haver estudos observacionais que avaliem o manejo de rotina dos quadros depressivos, os resultados costumeiros sugerem que os cuidados não são consistentes com diretrizes baseadas em evidências. Um exemplo é que 80% das pessoas que cometem suicídio consultaram um clínico geral no mês que antecedeu as mortes, mostrando inadequado manejo.
A característica essencial da Perturbação é a evolução clínica que é caracterizada por um ou mais Episódios Depressivos. Os episódios seguem-se frequentemente a um agente estressor psicossocial intenso, tal como a morte de um familiar ou um divórcio. A sintomatologia surge a nível emocional, físico e cognitivo. Os sintomas emocionais causam ansiedade, preocupação, nervosismo e hipervigilância. Palavras e frases como por exemplo “triste”, “angustiado”, “péssimo”, são utilizadas para descrever os sintomas emocionais.
A depressão no idoso apresenta-se de forma mais habitual com os quadros pouco sintomáticos e de evolução lenta, que se associam com alterações hormonais, consumo de medicamentos por iniciativa própria, como anti-hipertensivos, ansiolíticos e hipnóticos, e com situações de solidão e perda, como a morte do parceiro, a falta de apoio social ou familiar, uma mudança ou uma internação em uma instituição (RUIPÉREZ & LLORENT, 1996).
O aumento de atividade do sistema nervoso autônomo, que controla as atividades involuntárias de órgãos e de outras partes do corpo humano, dá origem aos sintomas clínicos. Na doença depressiva poderão ocorrer sintomas físicos como por exemplo a redução do apetite e a perda de peso; alterações no sono com a dificuldade em adormecer/manterem-se adormecidos; fadiga, manifestando-se como uma sensação de redução de energia e cansaço físico.
Considerada como a patologia mais freqüente no idoso, a Depressão, é normalmente, apresentada de maneira atípica ou indireta, ou seja, encoberta por múltiplas e variadas queixas somáticas e associadas a quadros de ansiedade. Com o avanço da idade o ser humano pode desenvolver o sentimento de que se inicia a última etapa da sua vida, desencadeando um estado depressivo com a percepção do envelhecimento, valorizando negativamente, se estiverem presentes, a sensação de inutilidade, insuficiência, ansiedade e irritabilidade.
Nesse contexto, ao perceber que não pode mais agir como antes sobre o mundo, a pessoa idosa ao que parece, não vê outra escolha senão retirar-se do mundo, mergulhando pouco a pouco em um profundo estado de depressão (RUSCHEL, 2001).
É bem verdade que o idoso convive com limitações da própria idade, as quais podem prejudicar sua independência e autonomia para desenvolver determinadas atividades. Mas, é preciso que ele seja estimulado a, inicialmente, organizar seu tempo fazendo projetos de vida com criatividade, energia e iniciativa isto é, dando significados a vida para que esta não caia no vazio (LIMA , 2000).
São considerados fatores de risco psicossocial na Depressão no Idoso:
● Morte do cônjuge ou ser querido (risco: maior no primeiro ano);
● Enfermidade médica ou cirúrgica;
● Baixa autopercepção da saúde;
● Incapacidade e perda de funcionalidade;
● Escasso suporte social;
● Isolamento social;
● Solidão;
● Baixa qualidade de vida;
● Incremento do uso dos serviços de saúde;
● Deterioro cognitivo;
● Risco de cronicidade;
● Maior risco de evento vascular e de mortalidade;
● Risco da perda funcional e de incapacidade;
● Alto risco de suicídio.
Na avaliação da sintomatologia da depressão do idoso é importante fazer referência ao seu contexto de vida e às respostas do seu ambiente. Um estado depressivo consecutivo a uma viuvez num idoso, não é comparável a um estado depressivo não associado com fatos de vida identificáveis.
Utilizam-se questionários da depressão ou escalas de bem-estar subjetivo que o idoso preenche. O bem-estar subjetivo é o nível de prazer que a pessoa conservou. Os fatores determinantes do bem-estar são a congruência sentida pelo indivíduo entre os projetos que realizou e os projetos que desejou realizar. Quanto mais fraca a congruência, mais forte é o estado depressivo. Uma avaliação adequada, da seqüência temporal dos sintomas depressivos e cognitivos, evolução da doença e resposta ao tratamento ajudam a efetuar esta determinação.
O suicídio nos idosos está muitas vezes associado a um estado depressivo, consecutivo à morte do cônjuge. Surge na maioria dos casos como um ato de vontade de acabar com a vida.
O tratamento da depressão no idoso passa pela farmacologia e psicoterapia. Sabendo-se que a depressão está ligada, do ponto de vista neurofisiológico, a uma anomalia no funcionamento dos neurotransmissores, a serotonina e a noradrenalina, utilizam-se dois tipos de medicamentos, os antidepressivos e os inibidores (ANDRÉ, 1995).
Sendo a depressão influenciada tanto por fatores internos como função física e estado psicológico quanto por fatores externos como ambiente social e estilo de vida é de se esperar seu impacto negativo sobre vários aspectos da qualidade de vida (DEMURA & SATO, 2003).
Nesta perspectiva torna-se necessário que as instituições promotoras de saúde e a sociedade organizem-se no sentido, de responder adequadamente às necessidades da população idosa.
ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS SOBRE ENVELHECIMENTO
Envelhecer pressupõe alterações físicas, psicológicas e sociais do ser humano. São mudanças naturais decorrentes do próprio processo de vida que têm como ciclo: nascimento, crescimento, amadurecimento, envelhecimento e morte. É importante lembrar que estas transformações são gerais, porém têm suas peculiaridades em concordância com características genéticas e com o estilo de vida de cada um. Na velhice as pessoas adoecem mais, mais rapidamente e, quando adoecem, demoram mais tempo para se recuperar.
Torna-se evidente que o passar do tempo gera uma série de mudanças biológicas, com limitações e reduções da capacidade funcional quando relacionadas às outras etapas da vida. O corpo humano não mais responde a situações diversas como antes, no início do ciclo vital, com suas células em constante processo de formação. É importante ressaltar que as mudanças físicas não são suficientes, na maioria das vezes, para impedir uma vida satisfatória.
Para Zimerman (2000), o segredo do bem-viver é aprender a conviver com suas limitações. É entender, aceitar e lutar para que esses problemas sejam diminuídos com exercícios físicos, como caminhada, natação, dança e passeios, exercícios de memória, boa alimentação, bons hábitos, participação em grupos e outros cuidados, dependendo do tipo de problema.
Com os avanços médicos e farmacológicos torna-se mais possível acreditar em um envelhecimento isento de doenças consideradas graves, como as doenças depressoras do sistema nervoso e que condicionem a autonomia dos sujeitos em idade avançada.
Além das alterações no corpo o envelhecimento traz uma série de mudanças psicológicas como: dificuldades para interagir com a sociedade; hostilidade diante as adaptações a novos papeis; alterações psíquicas; auto-estima prejudicada; sentimentos de inutilidade; depressão, somatização, paranóia e suicídio; entre outras. A experiência mostra que o envelhecimento não ocorre de modo semelhante em todas as pessoas, por possuírem singularidades próprias.
No contexto social tornam-se evidentes de modo intenso as alterações de papeis e funções dos grupos etários. Segundo Caldas, 1998 do ponto de vista social, a velhice é caracterizada por uma progressiva redefinição de identidade e do papel de cidadão, que pode ser marcada por impactos negativos ocasionados pela má qualidade de vida.